Pra buscar algum porquê de fazer teatro, por que ficar sem o fazer não tem por que, nem da, nem seria possível evitar. Pra rir e pra chorar, para chorar de rir e rir por não poder mais chorar. Tente, tente, tente e uma hora sai. E assim vai, e assim vai. Às vezes cai, mas mesmo assim vai. E se é teatro, esperamos que seja, que seja música. Poesia, prosa, e um tanto de qüiproquó. Mas que depois do balacobaco, fica um tanto brechtiano, e no final a Mãe Coragem tira os pães do forno e está pronto. É hora da ceia, do recheio, do centeio do pão. De dividir o gole do gole de uma gota de um pouco do que a gente viu. E descobriu e quer contar. Gole de vinho sem álcool, porque Dionísio nos fez descer do salto. Se vão rir ou chorar, a gente já viu, já sentiu e quer mais. E no final (do ponto do ônibus) a gente pega o caminho mais longo só pra conversar... E a gente fala, e como fala. Arte do ator, arte da palavra à toa. Mas numa boa, é fim, finito, Zé fini, o Zé feito Severinos como outros na vida, pelos quais a gente grita, e grita, e grita (e quando sobra prosa no encalço, canta). É hora da janta e não tem bóia. Mas uma hora vai ter. Vocês vão ver...Vai ter... Vai ter. Vai.



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quarta-feira, 8 de abril de 2009

Diário

Agora, retomamos os ensaios da peça Ralé, com o intuito de nos aproximarmos mais de cada um de nossos personagens. Estamos laboratorizando, lendo, e nos organizando para cuidar de um espaço, a ONG Keralux. Um espaço vindo em muito ótima hora, pois agora podemos dizer que possuímos um lar, um teto. E o que é pra uma companhia de atores recém formados, que acabam de sair da faculdade, conseguir esse presente? Sem dúvida uma espécie de sinal, de que não podemos parar. A cortina está baixada, mas estamos em pleno vapor e nosso querido navio não para no tempo.
Às quartas feiras ensaiamos em uma das salas da Universidade São Judas Tadeu, onde nos sentimos em casa após três proveitosos anos de aprendizado e muito trabalho – e todos aqueles dias de ensaios das 19h10 até 23h20, sem falar nos sábados, sempre sem hora para terminar.
Conquistamos muito! Entre o resultado do trabalho (digno de muito esforço, suor e dedicação), também adquirimos uma história, maturidade e o que é ainda melhor, a amizade, carinho e respeito de muitos profissionais que nos apoiaram, não apenas nossos professores no último ano, como outros dois muito especiais. A Prof.ª Ana e o Prof. Warde. Marx. E agradecemos a ambos sempre.
Este ano nós contamos com a presença de uma grande amiga na Cia, a atriz e musicista Roseane Soares, que veio para fazer parte de nossa família, e não só de nossa querida Ralé.
Por outro lado, também nos despedimos e desejamos boa sorte à antiga integrante Daiana Ribeiro, que optou por outro caminho no momento.

É isto, estamos em reforma, hora ancorados, mas muito desejosos de colocar novamente o nosso barco no oceano, porém, sabemos que muita coisa precisa ser reconstruída, e mais ainda, muita coisa a ser criada e resolvida para uma futura temporada mar à fora.
Tudo é muito rico, e sabemos que maravilhas nos aguardam, mas agora é tempo de labutar. Para não dizer criar, aprimorar, lapidar, revelar e por aí vai.
Sendo assim, esse blog também está em reforma, e em breve ficará de cara nova.
Estamos todos em trabalho, em trabalho constante.
Ser uma companhia não é nada fácil. Temos que rever horários, abrir mão de muitas coisas e ter foco, de qualquer forma é muito gostoso saber que esse é nosso trabalho, e nosso melhor está sendo empregado nele. Trabalhar com esse coletivo é a melhor maneira de se revigorar e descobrir qual a função do teatro em nossas vidas.

Até lá, temos certeza de que muita coisa acontecerá.

Yo ho ho and a bottle of Vodka.

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